Investigado pelo homicídio doloso de 42 pacientes, o médico cirurgião João Batista do Couto Neto, de 46 anos, foi preso na tarde desta quinta-feira (14), dentro do Hospital Fusam, em Caçapava, enquanto trabalhava.
Ele é suspeito de causar a morte de pelo menos 42 pacientes, além de sequelas em outros 114 em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. No fim do mês passado, o médico teve a prisão preventiva decretada após ser indiciado pela Polícia Civil por homicídio doloso -- quando há intenção de matar.
Em fevereiro deste ano, João Couto se registrou no Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo). À ocasião, o órgão informou que, embora estivesse ciente de que o profissional estava suspenso, era "obrigado a efetuar o registro" por se tratar de restrição parcial.
Ao G1, a defesa do cirurgião informou que "com surpresa a defesa recebeu a notícia da decretação da prisão preventiva do médico João Couto Neto".
"A decisão não se reveste de qualquer fundamento fático ou jurídico e constitui clara antecipação de pena, com a finalidade de coagir e constranger o médico. Impetraremos ordem de habeas corpus o mais breve possivel para fazer cessar a absurda e imotivada prisão", diz nota do advogado.
Pacientes e pessoas que trabalharam com ele relataram excesso de cirurgias por dia, procedimentos desnecessários e até diagnóstico falso de câncer raro.
O que diz a Fusam
Em nota, o Hospital Fusam informou que Couto prestava serviço pela Archângelo Clínica Médica LTDA, e que não tinha vínculo empregatício com o hospital. Acrescentou que não há nada que desabone a conduta profissional do médico, nem no Cremesp, nem na certidão de antecedentes criminais.