Ao menos 4.473 mulheres foram vítimas de feminicídio na América Latina em 2021, informou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) nesta sexta-feira, no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. O Brasil ficou em 5º lugar na lista das maiores taxas na América Latina, com 1,7 casos por 100 mil mulheres.
A cifra representa uma média de 12 mortes violentas de mulheres por motivos de gênero por dia em 29 países e territórios da região, segundo um relatório do Observatório da Igualdade de Gênero para a América Latina e o Caribe (OIG) da Cepal.
"O feminicídio persiste como uma realidade e não há sinais claros de que o fenômeno esteja diminuindo", diz o relatório.
As maiores taxas de feminicídio na América Latina foram registradas em Honduras, com 4,6 casos por 100 mil mulheres, seguido pela República Dominicana (2,7 casos), El Salvador (2,4), Bolívia (1,8) e Brasil (1,7). No Caribe, Belize e Guiana têm as taxas mais altas, com 3,5 e 2 casos por 100 mil mulheres, respectivamente.
Adolescentes e jovens entre 15 e 29 anos constituem a faixa etária em que se concentra a maior proporção de casos de feminicídio. Mais de 4% do total desses crimes correspondem a meninas menores de 14 anos.
Os números "são inaceitáveis", afirmou José Manuel Salazar-Xirinachs, secretário-executivo da Cepal, citado no texto. "A violência de gênero contra mulheres e meninas ocorre de forma sistemática e persistente na região, não conhece fronteiras, atinge mulheres e meninas de todas as idades e ocorre em todos os espaços, desde o âmbito doméstico até os espaços públicos", alerta o relatório.
Fonte: Extra