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Pensando em Economia

Janeiro, o mês dos Ipês...

Publicada em 08/01/25 às 12:40h

Prof. Drauzio Rezende Jr


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Janeiro, o mês dos Ipês...
 (Foto: Internet)
O Natal já foi comemorado e o Ano-Novo também. Após o período das festas, as pessoas se deparam com os desafios inerentes às obrigações do começo do ano, popularmente conhecidas como o desafio dos ipês. Infelizmente, não se trata das bonitas flores das diversas espécies (Tabebuia e Handroanthus) dessa árvore nacional, que costumam florir no segundo semestre de cada ano, mas sim dos impostos que geralmente começam a ser cobrados da população logo nos primeiros meses do ano: IPTU, o imposto predial territorial urbano, a cargo das prefeituras e o IPVA, imposto sobre a propriedade de veículos automotores, a cargo dos governos estaduais.

Além destes impostos, outras despesas obrigatórias chegam em janeiro para pesar no orçamento: para famílias com filhos, matrículas nas escolas (ensino regular, idiomas, artes, esportes, dentre outras) uniformes e material escolar. Para quem é profissional liberal, as anuidades dos conselhos regionais de classe. Tudo isso somado às despesas de final de ano que foram parceladas e continuam a aparecer no orçamento.

Nesse momento, tradicionalmente muitos se perguntam: o que fazer? Parecem existir mais despesas do que dinheiro para bancá-las. E, muitas vezes, o problema se origina no “efeito riqueza” de final de ano. Para os assalariados, a grande maioria da população, ocorrem dois pagamentos nesse período: o salário mensal e o 13º salário (pelo menos, a segunda parcela dele). E, na mente das pessoas acontece o seguinte: superestima-se a receita e subestimam-se as despesas, acreditando que haverá sobra para fazer frente ao conjunto das contas de janeiro, as normais e as extraordinárias. Mas isso não acontece, e muitos ficam em maus lençóis. 

Por que isso acontece? Explicando sucintamente, a resposta está no que ensinou Daniel Kahneman, prêmio Nobel de Economia de 2002. Segundo ele, embora gostemos de pensar que sempre tomamos decisões de maneira racional, nem sempre isso ocorre. Pelos atalhos evolutivos, muitas vezes, tomamos decisões não com a lógica, mas com a intuição. E, como a temporada de Natal e de final de ano é um período emotivo, na qual o comércio usa essa característica humana para nos convencer a comprar por meio do uso de luzes, cores, música, emoções, imitações e convencimento, o fato é que as pessoas compram e só depois, em janeiro, vão racionalizar as despesas efetuadas.

Desta forma, voltamos a questão, com o leite derramado, como agir? Para sanar a questão financeira, precisamos verificar a seguinte questão: existem reservas? Se existirem, por mais que doa, a melhor solução é lançar mão delas. O desconto ofertado para o pagamento à vista possibilita algumas economias e libera períodos futuros de novos parcelamentos que certamente pesariam no orçamento. Vale para impostos, tarifas, matrículas e material escolar. 
E se não existirem reservas? Nesse caso, a solução é buscar pagar menos juros possível por meio do parcelamento permitido pelo governo ou instituição. Use essa opção para ajustar as despesas ao seu orçamento ao longo dos primeiros meses do ano. Você pagará juros devido ao parcelamento, mas será menor do que se utilizasse uma solução financeira de terceiros (bancos ou financeiras). Lembre-se de que o objetivo, neste caso, é não ficar inadimplente e controlar o endividamento.

Se a situação é mais grave e o parcelamento das instituições não é suficiente, será necessário recorrer a empréstimos. Nesse caso, é preciso planejar bem. O empréstimo deve servir como um fôlego para evitar a inadimplência e preparar o ajuste das contas ao longo do ano. E, nessa situação, procure sempre instituições financeiras autorizadas a operar no Brasil. Avalie as taxas nominais e o CET oferecidos e opte sempre pelo menor percentual.

 Geralmente, as taxas de bancos são menores que as das financeiras. Pesquise além do seu banco de relacionamento e use as informações para obter as melhores condições. Seja cuidadoso e não superestime a sua receita, o empréstimo tem que resolver o sufoco do momento, mas tem que encaixar no orçamento. Opte por prazo confortável para não se enrolar mais adiante. E quando as coisas melhorarem, sendo possível, quite antecipadamente o empréstimo, pois é seu direito quando tem a quantia necessária para isso e economiza nos juros futuros que deixarão de ser cobrados. Lembre-se de que o importante é equilibrar as finanças.

Finanças equilibradas, pode-se pensar em fazer um antidoto para essa tradicional “armadilha dos ipês”: a partir do mês em que for começar, conte os meses até janeiro, inclusive. Você terá o total de meses. Pegue os valores correntes dos impostos e divida-os por esse total de meses e guarde mensalmente a quantia para que, em janeiro, você já disponha dos valores aproximados das contas. Assim, você terá uma quantia armazenada para fazer frente a despesa com tranquilidade. São necessários foco e força de vontade para conseguir, pois imprevistos acontecem. No entanto, todo e qualquer valor poupado lhe será útil.

Prof. Drauzio Rezende Jr - Economista e contador. Presta consultoria para Micro e Pequenas Empresas e atua como professor no Mestrado em Ecodesenvolvimento e Gestão Ambiental e em cursos de graduação da UNITAU - Universidade de Taubaté. 




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