Ambientalistas querem investigação da Sabesp por querer transformar água do mar em água para consumo em Ilhabela
Publicada em 14/05/24 às 13:28h
Redação
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(Foto: Internet)
Doze entidades ambientais encaminharam ao Ministério Público do Estado de São Paulo um documento contendo 50 páginas reivindicando ao MP que apure o projeto de dessalinização da água do mar que deverá ser implantado pela Sabesp na Ilha para transformar água do mar em água para a população beber. Assinam o documento, entidades como, Litoral Norte Sustentável, Coletivo SOS Mangue Ilhabela, Instituto Ilhabela Sustentável, Instituto Supereco, Instituto Educa Brasil, entre outros.
A Sabesp lançou em abril uma licitação para a construir a primeira usina de dessalinização de água do Estado de São Paulo, localizada em Ilhabela. A iniciativa visa fornecer a água potável para mais de 8.000 habitantes do município – aproximadamente um quarto da população –, ampliando a resiliência hídrica de todo o sistema de produção e distribuição de água. Atualmente, Ilhabela dispõe de dois sistemas tradicionais: Pombo e Água Branca.
A usina vai captar água salgada e terá capacidade de processamento de até 30 litros por segundo, permitindo à Sabesp aumentar em 22% a oferta de água tratada e atender os clientes da cidade mesmo na alta temporada, quando a população cresce de forma exponencial. A dessalinização é uma tecnologia amplamente empregada em locais como Dubai, Israel e Califórnia, entrou outros. Conta com tecnologia avançada de osmose reversa, processo usado internacionalmente. A água dessalinizada será transportada para reservatório localizado na própria Estação de Tratamento de Água (ETA) Água Branca, onde será distribuída para consumo da população.
Denúncia ao MP
No documento protocolado no último dia 6 no o MP de Ilhabela, as entidades procuram comprovar que o Córrego da Água Branca onde a Sabesp pretende implantar a usina faz parte da APA Marinha do Litoral Norte instituída pelo Decreto Estadual nº 53.525/2008, também possui restinga e manguezal em sua foz, possuindo assim áreas de Preservação Permanente (APP). Ainda, o local do empreendimento está localizado, conforme Plano Diretor e Plano de Manejo do Parque Estadual em Zona de Alta Restrição 2 (ZR2) e em área de amortecimento do Parque Estadual de Ilhabela (ZA- CO2), respectivamente.
Segundo o documento, o córrego possui relevância ambiental, com presença de espécies em risco de extinção e endêmica, e, encontra-se com disponibilidade hídrica crítica, de acordo com o Plano de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte. Ainda, segundo os ambientalistas, no processo em andamento da CETESB, notou-se que foi prevista intervenção em APP apenas para cortes de árvores isoladas, mas foi possível identificar que no local existe um massivo florestal com Auto de Infração Ambiental.
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