Os bombeiros de Caraguatatuba, no litoral norte paulista, utilizaram 41 metros cúbicos de água para combater um incêndio em um entreposto de resíduos sólidos da prefeitura da cidade, localizado no bairro do Barranco Alto, região sul do município. O Corpo de Bombeiros levou mais de 20 horas para controlar o fogo e deixar o local em segurança.
Há muitos anos, os moradores do bairro cobram da prefeitura o fechamento do entreposto que fica próximo a escola, creche e residências.
Segundo os bombeiros, o fogo consumiu cerca de 7 mil metros quadrados da área onde a prefeitura armazena os resíduos. Ninguém ficou ferido.
O Corpo de Bombeiro informou ainda que para controlar o fogo houve apoio da prefeitura do município com retroescavadeira para que fosse feito um aceiro, isolando o local atingido pelas chamas, evitando que chegasse às residências próximas.
Ainda, segundo os bombeiros, apesar de extinto, devido a profundidade e grande quantidade de material reciclável ainda existente no local, está sendo necessário o monitoramento contínuo do entreposto e as guarnições permanecem no local neste momento realizando o rescaldo para deixar o local em segurança e sem riscos de reignição.
Lixão
Os moradores do Barranco Alto, na região sul de Caraguatatuba, convivem há cerca de 4 anos com uma área de transbordo e triagem de resíduos sólidos, na linguagem popular, um “lixão”, mantido pela própria prefeitura no bairro.
O “entreposto” de lixo final da rua Cândida de Souza, atrás de um campinho de futebol, em frente ao condomínio habitacional Nova Caraguá 2. A situação é extremamente delicada e preocupante. A montanha de lixo que ultrapassa 10 metros de altura fica a poucos metros de uma estação de tratamento de água da Sabesp, próximo de moradias, de uma escola e creche e do rio Juqueriquerê.
A prefeitura já foi multada seis vezes pela Cetesb(Companha Ambiental do Estado de São Paulo) por supostas irregularidades na armazenagem dos resíduos e advertida por três vezes pela agência ambiental entre 2018 e 2022.
Para os moradores que convivem com a área de Transbordo e Triagem, trata-se de um crime ambiental cometido pela prefeitura, que deveria ser fiscalizado pelo Ministério Público. “Esse lixão é responsabilidade da Prefeitura Municipal de Caraguatatuba, que está cometendo esse crime ambiental colocando risco a vida dos moradores”, denunciou Lisa Aranha, moradora do bairro.