O maior treinamento do Exército Brasileiro em 2024, a Operação Perseu vai contar com 51 veículos blindados, 433 viaturas não blindadas, 15 aeronaves e 7.752 militares oriundos de vários estados do Brasil. Todos empregados em exercício de combate.
O treinamento de guerra será realizado em oito cidades do Vale do Paraíba e mais o município de Resende, no Rio de Janeiro, de 25 de novembro a 4 de dezembro.
Segundo o Comando Militar do Sudeste, o maior exercício da força terrestre no ano tem o objetivo de “adestrar a prontidão operacional” dos militares.
O Vale será palco de ataques aéreos, infiltração de blindados, tomadas de edificações, incursão de tropas, paraquedistas e tiros de aviação e de artilharia antiaérea. O treinamento será realizado em condições mais próximas possíveis da realidade do combate, no mais alto nível de comando operacional, com um “teatro de operações que empregará a tropa no terreno, aplicando a doutrina militar vigente dentro de um quadro tático de combate no amplo espectro”,
“A operação servirá para adestrar as tropas aptas a serem empregadas em missões de defesa da pátria, cooperação e coordenação com agências e apoio à política externa, com presteza, flexibilidade, eficácia e efetividade”, disse o Comando Militar do Sudeste.
Teatro de operações
De acordo com o Exército, as ações no terreno ocorrerão nos municípios de Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba, Lorena, Cachoeira Paulista, Cruzeiro, Silveiras e Areias, finalizando em Resende.
Os militares serão reunidos na sede do Cavex (Comando de Aviação do Exército), em Taubaté, em 25 de novembro, para que o Comandante Militar do Sudeste “verifique o nível de preparo das tropas”, avaliando os militares, equipamentos, viaturas e aeronaves.
A atividade marca o início da Operação Perseu. No local, haverá a presença de autoridades civis e militares.
Combate
Em 27 de novembro, em Cruzeiro, o treinamento começará de verdade, com um assalto aeromóvel. Trata-se de operação realizada por tropas aeromóveis, que consiste em ações no território inimigo, como reconhecimento, segurança, infiltração, incursão e exfiltração. O exercício conta com o emprego de aeronaves do Cavex.
Lorena terá uma transposição de curso d’água com o objetivo de levar o poder de combate através de um obstáculo aquático, assegurando a integridade e a impulsão das forças. A operação está prevista para o dia 28 e vai empregar viaturas blindadas Guarani, projeto nacional que faz parte dos processos de transformação e modernização da Força Terrestre, além de equipamentos da engenharia do Exército para a transposição do Rio Paraíba do Sul.
No dia 29, em Silveiras e Areias, os militares farão um ataque em área edificada. Trata-se de operação que exige treinamento específico, para a “correta execução de procedimentos e técnicas em ambientes edificados, em cenários de combate urbano”.
“Os conflitos atuais mostram a importância de as tropas estarem preparadas para atuação em áreas urbanas. As incursões serão realizadas em duas localidades diferentes, nas cidades de Silveiras e Areias, no Vale do Paraíba”, informou o Exército.
Em 30 de novembro, na Represa do Funil (Itatiaia/RJ), os militares farão um assalto aeroterrestre e aeromóvel, que são operações militares que envolvem o uso de aeronaves para sua realização.
“O assalto aeroterrestre ocorre com o lançamento de paraquedistas e equipamentos para o cumprimento de missões em território inimigo. Já o assalto aeromóvel, a infiltração é feita com o apoio de helicópteros, que transporta as tropas até o local de desembarque, em solo inimigo. Tropas paraquedistas do Rio de Janeiro participam deste exercício, com apoio de aeronaves da Força Aérea Brasileira. O Comando de Aviação do Exército participa com o emprego das aeronaves de asas rotativas, para o assalto aeromóvel.”
Também estão previstas ações para o território de Resende, como combate, ataque e operações contra forças irregulares. No dia 4, os militares farão tiros de aviação e de artilharia de campanha e antiaérea, que “ecoarão no campo de instrução da Academia Militar das Agulhas Negras, demonstrando o poder de fogo do Exército Brasileiro”.