Autoridades estadunidenses informaram, na manhã desta quinta-feira (10), que ao menos 10 pessoas morreram durante a passagem do furacão Milton na Flórida, considerado um dos fenômenos mais perigosos dos últimos tempos. O furacão tocou o solo do estado por volta das 20h30 (horário local) nesta quarta-feira (9), conforme informações do NHC (Centro Nacional de Furacões).
De acordo com a NBC News, a última contagem de mortes subiu depois que o xerife do condado de Volusia, Michael J. Chitwood, confirmou que três pessoas morreram em sua jurisdição.
"Uma pessoa morreu depois que uma árvore caiu, ele não sabia neste momento como as outras duas morreram", disse ele.
As mortes foram registradas no condado de Saint Lucie, localizado a cerca de 225 quilômetros a leste de Sarasota, na costa do Golfo do México. O xerife do condado, Keith Pearson, informou em entrevista à WPTV-TV sobre "múltiplas fatalidades", embora não tenha especificado o número exato. Um porta-voz dos bombeiros disse à NBC News que ao menos duas pessoas morreram, e várias outras foram encaminhadas a hospitais.
Os óbitos ocorreram em uma casa de repouso nas proximidades de Fort Pierce. O xerife mencionou que as equipes estão verificando todas as residências para ajudar os afetados, com operações de busca e resgate em andamento. "Este é um evento climático como nenhum outro", afirmou, revelando que entre "6 a 12" tornados atingiram o condado, danificando ou destruindo mais de 100 casas.
O porta-voz Erick Grill informou que o condado já tem três abrigos, mas está considerando a conversão de outra escola em um quarto abrigo para atender os desabrigados pelos tornados. O governador da Flórida, Ron DeSantis, relatou que 116 alertas de tornado foram emitidos, com 19 confirmados na mesma data.
O furacão Milton chegou à Flórida com ventos máximos de 193 km/h, conforme relatórios da agência. A Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida alertou os moradores para continuarem se abrigando e vigilantes. Centros de evacuação em Sarasota estão superlotados, abrigando quase 10 mil pessoas e 1.700 animais de estimação, o maior número já registrado durante uma evacuação na cidade de 57 mil habitantes.
Originado na costa mexicana, o furacão Milton intensificou-se rapidamente entre segunda (7) e terça-feira (8), com rajadas de vento superando os 280 km/h, mas desacelerou ao se aproximar do continente. Para ser classificado como furacão , são necessárias características específicas, incluindo origem tropical e ventos superiores a 119 km/h.
Os moradores foram orientados a se prepararem para os possíveis impactos do furacão. O prefeito de Bradentown, Gene Brown, sugeriu que aqueles que optaram por permanecer na cidade escrevessem seus nomes nos braços, para facilitar a identificação em caso de fatalidades.
Antes de atingir os Estados Unidos, Milton já havia causado inundações, apagões e transbordamentos de rios em Yucatán (México) e alagamentos em Havana (Cuba), apesar de não estarem diretamente na rota do furacão.
Pelo menos 301 furacões passaram pelos Estados Unidos entre 1851 e 2022. A Flórida somou 120 tempestades neste período e o Texas, 63. Depois, surgem os estados da Louisiana (63), Carolina do Norte (58), Carolina do Sul (32), Alabama (23) e Georgia (21). Ao todo, 19 estados norte-americanos já foram afetados por algum tipo de furacão.
2,8 milhões de lares ficam sem eletricidade
O furacão Milton, enfraquecido, mas ainda muito perigoso, passa nesta quinta-feira (10) pela Flórida , deixando mais de 2,8 milhões de lares sem eletricidade e provocando inundações, duas semanas depois da passagem devastadora do furacão Helene.
O Centro Nacional de Furacões (NHC) informou por volta das 20h30 de quarta-feira (17h30 em Brasília) que Milton havia atingido a costa "perto de Siesta Key, no condado de Sarasota".
Fonte: NBC