Voltou a chover em Porto Alegre nesta sexta-feira, deixando a cidade em estado de alerta após a devastação causada pelas chuvas e a cheia do Guaíba desde o último fim de semana. A previsão é de 58mm de chuva hoje com a chegada de uma nova frente fria, e tempo ruim até segunda-feira, com a maior quantidade de água caindo no domingo.
Os alertas foram emitidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na manhã desta sexta-feira. Um deles, na cor laranja, é de "perigo" e abrange a região metropolitana de Porto Alegre. Ele também avisa a população para o risco de ocorrência de tempestade, com ventos intensos (60-100 km/h), e queda de granizo. O outro, amarelo, comunica o "risco potencial" de chuvas intensas em praticamente todo o Rio Grande do Sul, com possibilidade de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
Pior cenário
O pior cenário seria a confirmação de chuva na cabeceira do rio em quadro de vento sul, com uma elevação do nível do Guaíba de até 20 centímetros, interrompendo a gradual baixa desde segunda-feira. O receio, como mostrou O GLOBO, é o fenômeno do 'repique' do rio Guaíba, com a água podendo voltar ao nível de 5,35m, pico atingido no domingo, de acordo com um modelo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Univesidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A conjunção climática pode fazer o rio voltar a marca dos cinco metros e complicar resgates e adiar o trabalho de recuperação de casas e logradouros públicos.
Além da capital e da Grande Porto Alegre, o IPH trabalha com a previsão de mais de 200mm de chuva entre esta sexta-feira e domingo em muitas partes do Rio Grande do Sul. O vento sul mais intenso pode ultrapassar os 50km/h na Lagoa dos Patos entre domingo e segunda-feira. O vento forte na direção do Guaíba dificulta o escoamento da água para a lagoa, aumentando as cheias.
Os números oficiais mais recentes da tragédia no Rio Grande do Sul dão conta de 113 mortos, 146 pessoas desaparecidas e mais de 700 feridos. Pelo menos 435 municípios foram afetados e mais de 330 mil pessoas estão desalojadas, 70 mil delas em abrigos. Quase 2 milhões de pessoas foram afetadas pelas chuvas e cheias no estado.
Fonte: O Globo