A barragem da Usina Hidrelétrica 14 de julho, localizada entre os municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, não suportou o grande acúmulo de água das chuvas dos últimos quatro dias e acabou rompendo, no início tarde desta quinta-feira (2).
Houve ordem de evacuação das casas próximas ao local desde que o risco iminente de colapso havia sido detectado. Até agora, 13 pessoas já morreram em todo o estado por conta dos temporais.
O governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), destacou que foi feito um trabalho preventivo desde quarta-feira para evacuação das áreas próximas à barragem e voltou a dizer que o momento é dramático no estado.
— Nós recebemos há pouco a informação do rompimento da ombreira direita da barragem 14 de Julho, que fica em Cotiporã, na Bacia do Taquari Antas. Acreditamos que o efeito não vá ser de uma enxurrada, mas vai seguir o curso livre do rio em direção a Santa Bárbara e Tereza. A gente buscou fazer todo o trabalho possível para evitar o rompimento, mas não conseguimos nem ter acesso com helicópteros. O efeito vai ser de elevação do Rio Taquari e Bacia do Taquari Antas — disse o governador. — Nós fizemos evacuação, com alertas desde ontem, e as comunidades que não conseguimos evacuar, nós entramos em contato com lideranças. Estamos trabalhando para mitigar os efeitos. É uma situação dramática no Rio Grande do Sul, absolutamente excepcional, pior do que qualquer quadro que pudéssemos ter previsto e é preciso que todos se coloquem em segurança.
O rompimento é investigado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela barragem, que informou que a estrutura já estava submersa e identificou uma movimentação mais turbulenta da água, possivelmente pelo comprometimento da chamada ombreira direita, uma das laterais onde a barragem está apoiada. A Companhia Energética do Rio Antas (Ceran), por sua vez, emitiu uma nota em que afirma que detectou o rompimento por volta das 13h40 desta quinta-feira.
Defesa Civil emite 'orientação expressa' de evacuação em municípios
A Defesa Civil do RS emitiu um comunicado reforçando que a barragem 14 de julho, em Cotiporã, está em processo de colapso e trabalha junto às forças de resposta, retirando as famílias de áreas de risco que ainda permaneciam nesses locais. Reiterou ainda que há orientação expressa para que, além de Cotiporã e Bento Gonçalves, os moradores dos municípios de: Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado, Colinas e Lajeado deixem áreas de risco e procurem abrigos públicos ou outro local de segurança para permanecer durante a elevação de nível do Rio Taquari.
Outras barragens são monitoradas
A Secretaria do meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) afirma que monitora, também, as estruturas de outras 13 barragens de usos múltiplos que estão em estado de alerta, cinco delas já em processo de evacuação: barragem Santa Lúcia, em Putinga; barragem São Miguel do Buriti, em Bento Gonçalves; barragem Belo Monte, em Eldorado do Sul; barragem Dal Bó, em Caxias do Sul; e barragem Nova de Espólio de Aldo Malta Dihl, em Glorinha.
Fonte: O Globo