Na manhã desta quinta-feira (26) uma manifestação contra as demissões na General Motors de São José dos Campos, São Caetano e Mogi das Cruzes, reuniu cerca de mil pessoas. Os trabalhadores votaram e, de forma unânime, o protesto terá continuidade até que todas as demissões sejam canceladas.
A manifestação teve inicio às 9h em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Por volta das 10h30, os trabalhadores saíram em caminhada pelas ruas do centro. A passeata percorreu a Rua Francisco Paes, Praça Afonso Pena e Rua 15 de Novembro e terminou, às 11h30, na Praça da Igreja Matriz.
Com seus uniformes de trabalho, demitidos e não demitidos da GM uniram-se para exigir o cancelamento imediato das dispensas e o cumprimento do acordo de estabilidade no emprego quebrado pela montadora. Participaram metalúrgicos e dirigentes sindicais das três fábricas afetadas.
Foram quase três horas de protesto contra o desrespeito da GM aos trabalhadores. A montadora demitiu 800 metalúrgicos de São José dos Campos, 300 de São Caetano do Sul e 100 de Mogi das Cruzes. Ao todo, essas unidades empregam cerca de 12 mil pessoas.
Cobrança aos governantes
Ao longo da passeata, os manifestantes carregaram faixas e cartazes com exigências à GM, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O Sindicato cobra dos governantes medidas concretas pelo cancelamento das demissões.
Um dos cartazes trazia a frase: “Empresa que recebe dinheiro público e isenção de impostos tem de ser proibida de fazer demissões”. Somente este ano, a General Motors recebeu R$ 50 milhões em benefícios fiscais, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Embora a empresa tente justificar as demissões usando o argumento de queda nas vendas, os licenciamentos de veículos Chevrolet cresceram 6,35% entre janeiro e setembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
Audiência no TRT
Nesta sexta-feira (27) haverá uma audiência de conciliação entre o Sindicato e a General Motors, no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas, às 15h. Estará em discussão o processo de dissídio coletivo de greve movido pela empresa.
O Sindicato está organizando uma caravana de trabalhadores para ir a Campinas. Esta será a primeira vez que Sindicato e GM se reúnem, desde o início da greve, no dia 23.