Ramiro compareceu para prestar depoimento após faltar a duas outras audiências da CPI.  A Justiça havia autorizado condução coercitiva para caso ele e seu irmão, o também sócio da 123milhas Augusto Júlio Soares Madureira, não comparecessem à CPI nesta quarta-feira.

"Gostaria de pedir minhas sinceras desculpas aos nossos ex-colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros pelos transtornos que nossa empresa causou", disse Ramiro. No dia 18 de agosto, a  123milhas informou que deixaria de emitir passagens de viagens que deveriam acontecer entre setembro e dezembro deste ano, lesando muitos clientes. As passagens em questão são da categoria "Promo", que vendia pacotes mais baratos com datas flexíveis.

Na CPI, Ramiro disse que os cancelamentos aconteceram porque os preços das passagens aéreas não se comportaram da forma prevista pela empresa. "Ao contrário do que prevíamos, o mercado tem se comportado permanentemente como se estivesse em alta temporada e isso abalou os fundamentos não só o promo, mas como de toda a 123milhas", disse ele.

Recuperação judicial

Durante a audiência, Ramiro também comentou sobre a  recuperação judicial da 123milhas, aceita pela Justiça  na última semana. Ao todo, a empresa deve mais de R$ 2,3 bilhões a cerca de 700 mil credores, a maioria deles clientes da companhia.

Segundo o sócio da 123milhas, "toda a questão de ressarcimento de clientes será discutida junto com os órgãos públicos para chegar num acordo possível para a 123milhas cumprir dentro do pedido de recuperação judicial".

Ramiro afirmou, ainda, que para que os clientes lesados sejam ressarcidos, é importante que a empresa continue em operação. "Estamos confiantes que vamos conseguir ressarcir todos os clientes", disse ele, acrescentando que quem tem passagens compradas para 2024 também estará incluído no plano de recuperação judicial.

Fonte: Agência Brasil