A chuva não tem dado trégua no Vale do Paraíba. Além da tragédia em São Sebastião, cujo saldo está em 64 mortes – mais um óbito em Ubatuba –, as cidades de São José dos Campos e Taubaté têm convivido com temporais capazes de alagar ruas e causar transtornos severos à população, como fechamento de escolas e perda de carros e móveis.
De acordo com dados do Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), órgão ligado ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), as chuvas de fevereiro na RMVale chegaram a 250 milímetros e ficaram 177% acima da precipitação de fevereiro do ano passado, que encerrou com 90 mm.
A chuva também ficou 13,6% acima da média histórica para fevereiro, que registra 220 mm de precipitação.
Como os valores são calculados pela média de chuva, o índice de 683 mm de precipitação que causou a tragédia no Litoral Norte não é contabilizado pelo valor absoluto, mas contribuiu decisivamente para o volume chegar ao maior desde 2020, quando fevereiro registrou 305 mm na região.
Cada milímetro de chuva equivale a 1 litro de água por metro quadrado. Em um caso onde o volume de chuva registrado é de 100 mm, seriam 100 litros de água em cada metro quadrado.
O aumento do regime de chuvas neste ano pode estar associado aos impactos das mudanças climáticas, que causam eventos extremos com mais frequência.
A cidade de São Sebastião foi atingida pela maior quantidade de chuva acumulada em 24 horas já registrada no Brasil, entre os dias 18 e 19 de fevereiro, o que causou a tragédia com 64 mortos e milhares de desabrigados.
Taubaté e São José dos Campos também estão registrando chuvas acima da média neste ano e alagamentos em diversos pontos das cidades, com cenas dramáticas de casas invadidas pela água e lama, pessoas ilhadas e carros submersos.
Na quarta-feira (1º), o Fundo Social de Solidariedade de São José dos Campos, em conjunto com a Defesa Civil, encaminhou donativos às famílias que ficaram desalojadas com a forte chuva que atingiu a cidade na tarde de terça-feira (28). O temporal registrou 64 milímetros na região central, equivalente a três dias de chuvas.
Fonte: O Vale