Ainda que ninguém soubesse qual seria o resultado da eleição presidencial encerrada neste domingo, 30, de tão acirrada que estava a disputa, era líquido e certo que Petrobras seria o expoente máximo do “dia seguinte”. E está sendo. Logo após a abertura do pré-mercado nos Estados Unidos, os ADRs da petroleira caem quase 8%, para US$ 12,35.
Além de ser a maior empresa da bolsa brasileira, avaliada em mais de US$ 85 bilhões, a Petrobras é a companhia que pode ter mais impacto devido a planos de governo. A explicação mais simples e direta para o movimento desta manhã é o desmonte de uma aposta a respeito de uma eventual privatização da petroleira, em caso de vitória do atual presidente Jair Bolsonaro.
Mais do que nunca, o mercado vai pressionar Lula – agora não mais como candidato, mas como futuro presidente – a dar informações claras sobre os projetos para o país e suas maiores empresas. Em relação à Petrobras, as dúvidas são ainda mais pungentes devido à forte participação do preço de combustíveis na questão inflacionária. Ecoam perguntas sobre interferências e estratégia: política de preço de combustíveis e refinarias, para começo de conversa.
Começo mesmo. Embora o tom e os compromissos com responsabilidade fiscal tenham sido dados durante a campanha de Lula, falta aos investidores saber basicamente tudo. Aos poucos, Petrobras e Brasil vão voltar a se misturar como percepção a respeito de futuro de país. Neste momento, ainda não é possível fazer essa relação direta.
Fonte: Exame