A Gerdau, maior empresa brasileira de aço, informa que nesta quarta-feira, 14/02, efetuou o desligamento de cerca de 100 colaboradores (as) em sua unidade de aços especiais em Pindamonhangaba (SP).
A medida ocorre após o período de layoff promovido pela companhia, e segue o reflexo do cenário desafiador enfrentado pelo mercado brasileiro frente às condições predatórias de importação de aço chinês.
A companhia reforça a urgência na adoção de uma tarifa emergencial de 25% sobre as importações de aço para assegurar a sustentabilidade de suas operações e do setor do aço nacional, bem como a manutenção dos empregos de mais de 3 milhões de trabalhadores que atuam na indústria em todo o País.
Em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba informou que tem negociações com a direção da Gerdau de Pindamonhangaba sobre a queda na produção há um ano.
Nas primeiras reuniões, a empresa afirmava que o excedente de mão de obra era de 400 funcionários. Inicialmente, foi possível administrar a baixa demanda no setor de Construção Mecânica com o acordo de banco de horas firmado com o Sindicato e férias individuais.
Após isso foi negociado um acordo de layoff, com duração de 5 meses, que se encerrou nesta quarta-feira, dia 14 de fevereiro. Inicialmente o layoff era para 220 funcionários, foi possível reduzir para 178, e com condições favoráveis para os trabalhadores.
Na última reunião, a empresa havia sinalizado que não seria possível fazer a renovação do acordo de layoff, apesar da insistência do Sindicato, mas não estava definido número de demissões. O Sindicato estava acompanhando o retorno dos trabalhadores do layoff quando foi surpreendido com o volume de demissões.
O Gecex-Camex, órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Governo Federal, já realizou duas alterações na taxa de importação do aço para inibir a entrada de produtos vindos da China. Contudo, a direção da Gerdau continua pressionando para ter taxas ainda mais favoráveis ao seu negócio e realizando ameaças de demissão, mesmo que seus relatórios financeiros demonstrem que a empresa “sustentou níveis saudáveis de rentabilidade”.
Um protesto na empresa não está descartado.
A Gerdau emprega cerca de 2.600 trabalhadores e atua no ramo do aço com foco no ramo automotivo.