Os metalúrgicos da Embraer, em São José dos Campos, deram continuidade nesta quarta-feira (18), à mobilização pela Campanha Salarial, com atraso na entrada da produção. O protesto começou às 5h20, na altura do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e terminou às 6h20, na portaria da Embraer.
Os trabalhadores do primeiro turno realizaram um protesto entre as avenidas dos Astronautas e Faria Lima para reafirmar a reivindicação de aumento real de salário e renovação de todos os direitos previstos na convenção coletiva de trabalho. A Embraer propõe apenas a reposição da inflação (4,06%) aos salários) e retirada de direitos.
“A intransigência e postura antissindical da Embraer levaram à insatisfação dos trabalhadores. Desde 2017, a empresa não assina convenção coletiva e não concede aumento real, o que expõe o absoluto desrespeito aos direitos dos funcionários. Essa conduta da Embraer se reflete em outras empresas do setor aeronáutico, que seguem essa mesma cartilha. Mas a manifestação de hoje mostra que a luta vai continuar”, afirma o diretor do Sindicato André Luis Gonçalves, o Alemão.
Repressão
O protesto de hoje acontece duas semanas depois da Embraer ter recorrido à Polícia Militar para intimidar os trabalhadores que haviam entrado em greve, no dia 3.
Em ação ilegal e contra o direito constitucional à greve, policiais militares forçaram a entrada de trabalhadores na fábrica, mesmo após a assembleia ter decido pela interrupção da produção, e prenderam o diretor sindical José Dantas Sobrinho e o ativista Ederlando Carlos dos Santos.
“A repressão feita pela PM durante a mobilização foi uma afronta, mas não vai nos intimidar.”, conclui Alemão.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de SJC