Durou pouco mais de três horas a greve dos funcionário da Embraer na fábrica de São José dos Campos nesta terça-feira (3), que reivindicava reajuste dos salários e manutenção dos direitos trabalhistas.
O Sindicato dos Metalúrgicos afirmou que a decisão foi tomada pela intimidação sofrida pelos grevistas, que tiveram que lidar “com um forte contingente da Polícia Militar” e seguranças da empresa, que segundo o sindicato coagiam e filmavam os trabalhadores desde o início da mobilização, por volta das 5h45.
Mesmo com a paralisação anunciada, a Embraer havia afirmado à reportagem do Portal SP RIO+ que a unidade Ozires Silva, em São José, assim como as demais sedes da empresa, funcionava normalmente.
No entanto, de acordo com o sindicato, a paralisação impactava toda a produção, que envolve cerca de 5 mil dos 9 mil trabalhadores da fábrica.
Mesmo sem greve, reivindicações serão mantidas
Anunciada na manhã desta terça por tempo indeterminado, a greve já havia sido ensaiada no final do mês de setembro.
A decisão de paralisar as atividades veio após uma assembleia na manhã desta terça, em que os metalúrgicos exigiam um aumento salarial que supere a taxa de inflação e também a renovação de seus direitos.
Mesmo com a suspensão da greve, o sindicato garantiu que defesa das reivindicações dos trabalhadores continua. A assoiciação também afirmou, em nota, que repudia “o método usado pela Embraer para intimidar os trabalhadores que exerciam o seu legítimo direito à greve”.
Uma nova assembleia está prevista para ser realizada ainda hoje (3), às 15h, na entrada dos funcionários do segundo turno, quando o Sindicato dos Metalúrgicos deve propor nova paralisação.
Posição da Embraer
Em nota, a Embraer afirmou que concedeu reajuste salarial acima da inflação aos trabalhadores que recebem salários de até R$ 10 mil e um fixo de R$ 406 para os que recebem salários superiores a esse valor. Veja o comunicado na íntegra:
“A Embraer, por liberalidade, já concedeu o reajuste salarial de 4,06% (que corresponde a 100% da inflação no período) aos colaboradores que recebem salários de até R$10 mil e um fixo de R$ 406,00 para remunerações acima desse valor, conforme proposta apresentada pela Fiesp, que representa as empresas do setor.
As negociações entre Fiesp e entidades sindicais continuam”.