Entre os motivos para a tendência de recuo nas exportações estava a retomada da produção chinesa pós peste suína africana. Com a restabelecimento do plantel, ainda no final do ano passado a China também anunciou uma sobretaxa acima de 10% na importação de carne suína, o que em tese iria desestimular as compras e o interesse dos países produtores em negociar com os chinês. E isso realmente aconteceu.
A China deve encerrar o ano com compras 20% menores do Brasil em relação a 2021. Para entender, a China é o maior comprador da carne suína brasileira. Em 2021, mais de 60% de toda a carne de porco exportada pelo Brasil teve como destino China e Hong Kong. Neste ano, as compras pelos chineses devem ficar em 500 mil toneladas.
Para superar as 1 milhão de toneladas embarcadas em 2022, o Brasil está diversificando seu mercado. O conflito entre Rússia e Ucrânia tem favorecido. Na última década, os russos se transformaram em um importante produtor de suínos e, além de importadores, passaram a exportar carne suína. Com as limitações logísticas e econômicas da guerra, os russos restringem sua produção e exportação, abrindo espaço para o Brasil.
Depois de China/Hong-Kong, o maior comprador de carne suína do Brasil em 2022 são as Filipinas, que devem fechar o ano com importações de 70 mil toneladas. No ano passado, os filipinos não levaram nem 30 mil toneladas. Depois vem Chile e Singapura, na casa das 50 mil toneladas cada.
Fonte: Visão Agro